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Nossa escola, nosso lar!

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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

CRÔNICAS

Escola se faz assim, com a colaboração entre os pares. Hoje foi a vez de participar da aula de Língua Portuguesa, contar algumas façanhas - sim façanhas da vida real - numa pequena crônica narrativa apresentada aos alunos dos 9ºs anos do professor Márcio Silva. 
 A viagem
Nos preparativos de uma tão esperada viagem, perguntava-me a cada instante: será que vou? Também era a pergunta feita pela família: vai mesmo? Sim, vou. Decidida coloquei meus medos e inseguranças à prova - minha prova -, afinal ninguém faz planos para as coisas darem errado, ninguém faz as malas para ir à praia e desembarca no deserto, este seria o curso natural das coisas.                Em mãos as malas e apetrechos, necessários e desnecessários, parti para uma jornada planejada de lazer e estudos. Muito lazer, uma vez que tudo que faço e nas pretensões que sempre tive, é de viver e aprender preferencialmente pelo amor, pela alegria e especialmente em boa companhia, um jeito próprio de fugir de qualquer espécie de sofrimento.
Viagem iniciada, muitas conversas e fotos. Algumas paradas para uma viagem que teria bem calculadas quarenta e oito horas de estrada.  Tudo acontecia como o planejado até o momento em que de mim foi retirado o que me identificava num país estranho. Um furto virou minha cabeça e minha vida de pernas para o ar, não diferentemente aconteceu com as pessoas que me acompanhavam. Eu, sem lenço nem documentos, eles sem a minha companhia e desnorteados.
Retida num país distante, um pouco do que vivi... momentos de alegria, momentos de cansaço, muitos momentos de pânico e grande momento de alívio quando cheguei  em casa, sã e salva. Muita gente sensível e solidária, preocupada e sem respostas a muitos questionamentos. Vazio, esta era a sensação, um grande vazio. Chorei? Se a sensação de nó apertando o pescoço e dificultando engolir a saliva, uma pressão no peito dificultando a respiração, uma gota de água rolando do canto esquerdo do olho é chorar, então chorei.
Mas eu não estava só, estava com Deus, uma família em angústia e ajudando à distância no Brasil, além de uma comitiva de cinquenta e quatro passageiros desse ônibus sensibilizados com a situação e uma grande corrente positiva e de fé em meu favor. A riqueza de detalhes - de terror e humor - poderão até um dia ser descritos. Aqui, porém, registro o essencial: um percurso inusitado de um restaurante a uma delegacia, de uma Aduana à outra na noite escura com nevasca na Cordilheira dos Andes, do descaso das autoridades Argentina, Chilena e Consulado Brasileiro, do medo do avião, do problema mecânico do ônibus em Santa Catarina. De tudo isso, muitas lições... As principais? Valorizar mais a família, os amigos, não perder a fé e esperança e, mais do que nunca, seguir a vida!
                                                                                                     Cássia Maris Wilbert Souzo