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Nossa escola, nosso lar!

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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Olimpíada de Língua Portuguesa

Alunos de 6º ao 9º ano participaram mais uma vez da Olimpíada de Língua Portuguesa produzindo textos nos gêneros: poema - memória literária e crônicas.
A comissão julgadora escolar selecionou um texto de cada categoria para a fase municipal, os quais você pode conferir baixo:
              
    Capinzal: capital do meu viver
 
Arthur Piovezan Francisco da Motta

Capinzal é uma cidade
Onde índios nômades morava
Pertenciam à tribo Kaigang
Da caça, pesca e frutos da terra se alimentavam.

Capinzal é uma cidade
Tropeiros ajudaram na sua formação
Alguns se desgarraram de suas tropas
Fixando residência nessa região.

Capinzal é uma cidade
Seu nome é assim
Pois Antônio Lopes plantou sementes
E nasceu muito capim.

Capinzal é uma cidade
De muitos tesouros
Um deles é a Ponte Pênsil
Que liga Capinzal e Ouro.

Capinzal é uma cidade
Que lutou para se emancipar
Foram feitas reuniões e manifestos
Para a ideia aceitar.

Capinzal é uma cidade
Que teve muitos prefeitos
Guardamos todos na memória
Com muito respeito.

Capinzal é uma cidade
Boa de se morar
É tranquila e alegre
E aqui quero ficar.

Capinzal é uma cidade
Localizada no sul do Brasil
Fica no interior de Santa Catarina
E ao lado dela corre um lindo rio.

Capinzal é uma cidade
Onde a educação é destaque
Existem várias escolas
Os professores são craques.

Capinzal é uma cidade
Um lugar de muitos povos
No passado, alemães e italianos
Hoje haitianos são os habitantes novos.

Capinzal é uma cidade
Onde se pratica muito esporte
Chana Masson é um exemplo
Representou Capinzal com '' braço forte ''.

Capinzal é uma cidade
Em que o comércio é excelente
Muitas lojas e mercados
Oferecem serviços a muita gente.

Capinzal é uma cidade
Com festas de interior
Celebrando o encontro de famílias
Compartilhando muito amor.

Capinzal é uma cidade
Ela também tem eventos
Expovale é um deles
Você vive bons momentos.

Capinzal é uma cidade
De pessoas que levam vida pura
Vivem do trabalho em indústrias
E também da agricultura.

 Capinzal é uma cidade
 Tenho orgulho de aqui viver
 Assim como cresci nessa cidade
 Aqui meus filhos também vão crescer.

Memórias sem Fim

            Sentei na cadeira em frente à máquina de costura, com o tecido em mãos, a linha na agulha começo o trabalho. Naquele vrum, vrum, vrum da máquina fez me pensar na infância, nos dias cansativos em que o suor escorria no rosto e a alegria estampada nele.
            Cidade de Capinzal... Lugar onde senti o ar pela primeira vez entrando em mim. Pouco conhecida, localizada no meio-oeste catarinense, baixo valo do Rio do Peixe. Comunidade de São Roque é a moradia dos melhores momentos de minha vida e palco de diversas diversões.
            Naquele tempo, a vida na roça era tranquila, mas todos com seus afazeres: plantar, colher, moer, dentre outros. Tudo feito em família.
            Nos domingos... Ah, os domingos! A folia era à beça. As brincadeiras eram a nossa maior distração - peteca, caçador, esconde-esconde e calha (nos dias de hoje a famosa amarelinha). Brincávamos também com bonecas de espiga de milho e panos feitas com alguns tecidos ou roupas que mamãe oferecia.
            Dias de chuva, eram dias em que trabalhávamos no moinho. Eu, menina trabalhadeira, ao sentir aquele cheirinho de mata molhada, sentia-me leve, renovada.
            Muitas vezes, na lavoura, ouvíamos um barulho estridente, olhávamos para cima e víamos pássaros gigantes no azul. Eles faziam eu tinintar de medo e susto. Os adultos ficavam horas e horas falando, discutindo sobre esses gigantes.
            Ah, que saudade do tempo do serão – visitas que as famílias faziam para outras no final da tarde –  e aquele brodo (caldo de galinha) era delicioso, ainda mais sob o luar mais lindo. Um dos assuntos principais no serão era o que estava acontecendo em 1964, grupos estavam lutando pela democracia e o governo contra eles. Iisso despertou um imenso medo.
            Naquele tempo, havia um armazém no centro que vendia de tudo em quilo, se pesava na hora e os pacotes eram de papel, não como hoje em dia que são sacolas de plástico e quando descartadas de maneira incorreta poluem o meio ambiente.
            Hoje, no mercado, há alimentos industrializados, congelados e pacotes já em quilo. Mas no tempo em que fui criança, pude aprender como aquele alimento era produzido, desde o plantio até o sabor dele em uma gostosa refeição.
            Lembro-me da cada jantar, nos encontros à mesa farta. Podia ser simples, mas aquela polenta com leite! Hum! Era de lamber os beiços! A barriga ficava cheia, pelo menos fome nós não passávamos.
            Quando chegava o inverno, parecia que essa estação nunca acabava, pois era muito rigorosa. Naquela época, os casacos eram de lã pura e os tecidos eram vendidos em metros, não existia roupa feita.
            Em um ano, a chuva ficou branca, era neve, que mágico! Nunca esquecerei a imagem tão linda: os campos vestidos de branco.
            Recordo-me da escola onde eu estudei, era bem conservada, de material, ficava longe do lugar em que morava e precisava “bater pernas” para chegar lá. Nos dias de muito frio, colocava a calça do meu irmão embaixo da minha saia de uniforme, pois não tinha muitas roupas, comprávamos só o necessário.
            Após um bom tempo,os temerosos gigantes pararam de sobrevoar a cidade. Senti um grande alívio no coração, pois aquele sensação de medo não estava mais presente na face dos adultos.
            Hoje, agora, todos os dias, a alegria começa a borbulhar dentro de mim e penso “ que vida tive”, memórias sem fim.

            Texto baseado na entrevista com a senhora Carmen Albina Savaris, 66 anos.
Izis Sol Savaris



Sonho ou Realidade?

     Capinzal! Uma Pequena cidade que de repente parou... Moro nesta pequena cidade, um município tranquilo, um local onde nossa rotina é praticamente a mesma todos os dias. Mas há algum tempo a cidade parou... Literalmente!
Lembro-me até hoje na época, com 10 anos de idade, tinha uma imaginação muito fértil. Era madrugada de sábado, umas 02h00min, acordei de um sono profundo sem sonhos, levantei e caminhei até a cozinha para tomar um copo de água, uma sensação estranha me envolvia, tinha a bizarra impressão de lentidão. Não suportando mais essa sensação, decidi comunicar meus pais. Ao entrar no quarto em que dormiam, percebi que alguma coisa estava muito errada...
 Não conseguia acordá-los, pareciam estar paralisados. O pânico me corroeu, não entendia o que estava acontecendo. Sai à procura de ajuda pelas ruas... A cidade dormia um sono profundo... Gritava em busca de socorro, mas parecia que ninguém estava me ouvindo. Desesperado, caminhei até o centro da cidade, mais especificamente até a praça  Pedro Lélis da Rocha que pairava no deserto. Avistei três pessoas, sentadas embaixo do Ipê amarelo, símbolo da nossa terra, próximo as escadas da “Concha” – Monumento que serve de palco para apresentações municipais- Corri até elas, mas ao chegar perto percebi que não se mexiam, apresentavam os mesmos sintomas de meus pais. Dei mais uma volta no centro da cidade, em uma rota que passava pelos pontos mais populares do munícipio, dirigi-me a Igreja Matriz, uma construção majestosa que relembra as construções  da idade Média, iluminada de rosa, ainda resquício da campanha do câncer, a prefeitura municipal, um pequeno prédio com as cores do município, mas que abriga um grande poder: O poder executivo da cidade, e ao centro Educacional Prefeito Celso Farina ,local que abrigou nosso primeiro educandário e hoje é utilizado para realização de eventos, mas todos estavam paralisados... Uma ideia percorreu meus pensamentos...
Encaminhei-me a avenida XV de Novembro – A avenida mais movimentada da cidade – conferindo todos os relógios que encontrava e, a cada aparelho que olhava mais minha ideia se comprovava, mesmo parecendo fantasiosa de mais, decidi então aceitar e verdade. “O TEMPO REALMENTE HAVIA PARADO EM MINHA CIDADE”, mas não fazia sentido... Porque então eu estava ali? Depois de muito pensar em uma forma de reverter o caso e sair chacoalhando as pessoas em busca de uma prova de que aquilo fosse só um delírio, desisti e voltei para casa, dirigi-me a minha cama, deitei-me... A única coisa que pensava era de como seria minha vida dali pra frente...
Acordei pela manhã desanimado, estranhei, a sensação de lentidão havia passado. E eu escutava um pequeno ruído vindo da cozinha. Dirigi-me até lá e vi minha mãe sentada em uma cadeira na beira da mesa, tomando seu café da manhã. A primeira coisa que me passou pela cabeça foi que tudo aquilo havia sido um pesadelo, mas era real de mais! Tentei avisar várias pessoas, mas ninguém acreditava em mim. Passei dias tentando descobrir o que realmente aconteceu, já não sabia dizer se havia sonhado ou se foram fatos, a dúvida ainda me assola...

Foi nesta parada que percebi: A cidade majestosa, pequena mas produtiva, cheia de encantos, dormindo ou acordada tem sua beleza...
Aluno: Carlos
Turma: 9°ano 2

Os três primeiros colocados de cada modalidade receberam medalhas.
Parabéns a todos os envolvidos!