Alunos de 6º ao 9º ano participaram mais uma vez da Olimpíada de Língua Portuguesa produzindo textos nos gêneros: poema - memória literária e crônicas.
A comissão julgadora escolar selecionou um texto de cada categoria para a fase municipal, os quais você pode conferir baixo:
Capinzal: capital do meu
viver
Arthur Piovezan Francisco da Motta
Capinzal é uma cidade
Onde índios nômades morava
Pertenciam à tribo Kaigang
Da caça, pesca e frutos da
terra se alimentavam.
Capinzal é uma cidade
Tropeiros ajudaram na sua
formação
Alguns se desgarraram de suas
tropas
Fixando residência nessa
região.
Capinzal é uma cidade
Seu nome é assim
Pois Antônio Lopes plantou
sementes
E nasceu muito capim.
Capinzal é uma cidade
De muitos tesouros
Um deles é a Ponte Pênsil
Que liga Capinzal e Ouro.
Capinzal é uma cidade
Que lutou para se emancipar
Foram feitas reuniões e
manifestos
Para a ideia aceitar.
Capinzal é uma cidade
Que teve muitos prefeitos
Guardamos todos na memória
Com muito respeito.
Capinzal é uma cidade
Boa de se morar
É tranquila e alegre
E aqui quero ficar.
Capinzal é uma cidade
Localizada no sul do Brasil
Fica no interior de Santa
Catarina
E ao lado dela corre um lindo
rio.
Capinzal é uma cidade
Onde a educação é destaque
Existem várias escolas
Os professores são craques.
Capinzal é uma cidade
Um lugar de muitos povos
No passado, alemães e
italianos
Hoje haitianos são os
habitantes novos.
Capinzal é uma cidade
Onde se pratica muito esporte
Chana Masson é um exemplo
Representou Capinzal com ''
braço forte ''.
Capinzal é uma cidade
Em que o comércio é excelente
Muitas lojas e mercados
Oferecem serviços a muita
gente.
Capinzal é uma cidade
Com festas de interior
Celebrando o encontro de
famílias
Compartilhando muito amor.
Capinzal é uma cidade
Ela também tem eventos
Expovale é um deles
Você vive bons momentos.
Capinzal é uma cidade
De pessoas que levam vida pura
Vivem do trabalho em indústrias
E também da agricultura.
Capinzal é uma cidade
Tenho orgulho de aqui viver
Assim como cresci nessa cidade
Aqui meus filhos também vão
crescer.
Memórias sem Fim
Sentei na
cadeira em frente à máquina de costura, com o tecido em mãos, a linha na agulha
começo o trabalho. Naquele vrum, vrum, vrum da máquina fez me pensar na
infância, nos dias cansativos em que o suor escorria no rosto e a alegria
estampada nele.
Cidade de
Capinzal... Lugar onde senti o ar pela primeira vez entrando em mim. Pouco
conhecida, localizada no meio-oeste catarinense, baixo valo do Rio do Peixe.
Comunidade de São Roque é a moradia dos melhores momentos de minha vida e palco
de diversas diversões.
Naquele
tempo, a vida na roça era tranquila, mas todos com seus afazeres: plantar,
colher, moer, dentre outros. Tudo feito em família.
Nos
domingos... Ah, os domingos! A folia era à beça. As brincadeiras eram a nossa
maior distração - peteca, caçador, esconde-esconde e calha (nos dias de hoje a
famosa amarelinha). Brincávamos também com bonecas de espiga de milho e panos
feitas com alguns tecidos ou roupas que mamãe oferecia.
Dias de
chuva, eram dias em que trabalhávamos no moinho. Eu, menina trabalhadeira, ao
sentir aquele cheirinho de mata molhada, sentia-me leve, renovada.
Muitas
vezes, na lavoura, ouvíamos um barulho estridente, olhávamos para cima e víamos
pássaros gigantes no azul. Eles faziam eu tinintar de medo e susto. Os adultos
ficavam horas e horas falando, discutindo sobre esses gigantes.
Ah, que
saudade do tempo do serão – visitas que as famílias faziam para outras no final
da tarde – e aquele brodo (caldo de
galinha) era delicioso, ainda mais sob o luar mais lindo. Um dos assuntos
principais no serão era o que estava acontecendo em 1964, grupos estavam
lutando pela democracia e o governo contra eles. Iisso despertou um imenso
medo.
Naquele
tempo, havia um armazém no centro que vendia de tudo em quilo, se pesava na
hora e os pacotes eram de papel, não como hoje em dia que são sacolas de
plástico e quando descartadas de maneira incorreta poluem o meio ambiente.
Hoje, no
mercado, há alimentos industrializados, congelados e pacotes já em quilo. Mas
no tempo em que fui criança, pude aprender como aquele alimento era produzido,
desde o plantio até o sabor dele em uma gostosa refeição.
Lembro-me
da cada jantar, nos encontros à mesa farta. Podia ser simples, mas aquela
polenta com leite! Hum! Era de lamber os beiços! A barriga ficava cheia, pelo
menos fome nós não passávamos.
Quando
chegava o inverno, parecia que essa estação nunca acabava, pois era muito
rigorosa. Naquela época, os casacos eram de lã pura e os tecidos eram vendidos
em metros, não existia roupa feita.
Em um ano,
a chuva ficou branca, era neve, que mágico! Nunca esquecerei a imagem tão
linda: os campos vestidos de branco.
Recordo-me
da escola onde eu estudei, era bem conservada, de material, ficava longe do
lugar em que morava e precisava “bater pernas” para chegar lá. Nos dias de
muito frio, colocava a calça do meu irmão embaixo da minha saia de uniforme,
pois não tinha muitas roupas, comprávamos só o necessário.
Após um bom
tempo,os temerosos gigantes pararam de sobrevoar a cidade. Senti um grande
alívio no coração, pois aquele sensação de medo não estava mais presente na
face dos adultos.
Hoje,
agora, todos os dias, a alegria começa a borbulhar dentro de mim e penso “ que
vida tive”, memórias sem fim.
Texto
baseado na entrevista com a senhora Carmen Albina Savaris, 66 anos.
Izis Sol Savaris
Sonho ou Realidade?
Capinzal! Uma Pequena cidade
que de repente parou... Moro nesta pequena cidade, um município tranquilo, um
local onde nossa rotina é praticamente a mesma todos os dias. Mas há algum
tempo a cidade parou... Literalmente!
Lembro-me
até hoje na época, com 10 anos de idade, tinha uma imaginação muito fértil. Era
madrugada de sábado, umas 02h00min, acordei de um sono profundo sem sonhos,
levantei e caminhei até a cozinha para tomar um copo de água, uma sensação
estranha me envolvia, tinha a bizarra impressão de lentidão. Não suportando
mais essa sensação, decidi comunicar meus pais. Ao entrar no quarto em que
dormiam, percebi que alguma coisa estava muito errada...
Não conseguia acordá-los, pareciam estar
paralisados. O pânico me corroeu, não entendia o que estava acontecendo. Sai à
procura de ajuda pelas ruas... A cidade dormia um sono profundo... Gritava em
busca de socorro, mas parecia que ninguém estava me ouvindo. Desesperado, caminhei
até o centro da cidade, mais especificamente até a praça Pedro Lélis da Rocha que pairava no deserto.
Avistei três pessoas, sentadas embaixo do Ipê amarelo, símbolo da nossa terra,
próximo as escadas da “Concha” – Monumento que serve de palco para
apresentações municipais- Corri até elas, mas ao chegar perto percebi que não
se mexiam, apresentavam os mesmos sintomas de meus pais. Dei mais uma volta no
centro da cidade, em uma rota que passava pelos pontos mais populares do
munícipio, dirigi-me a Igreja Matriz, uma construção majestosa que relembra as
construções da idade Média, iluminada de
rosa, ainda resquício da campanha do câncer, a prefeitura municipal, um pequeno
prédio com as cores do município, mas que abriga um grande poder: O poder
executivo da cidade, e ao centro Educacional Prefeito Celso Farina ,local que
abrigou nosso primeiro educandário e hoje é utilizado para realização de
eventos, mas todos estavam paralisados... Uma ideia percorreu meus
pensamentos...
Encaminhei-me
a avenida XV de Novembro – A avenida mais movimentada da cidade – conferindo
todos os relógios que encontrava e, a cada aparelho que olhava mais minha ideia
se comprovava, mesmo parecendo fantasiosa de mais, decidi então aceitar e
verdade. “O TEMPO REALMENTE HAVIA PARADO EM MINHA CIDADE”, mas não fazia
sentido... Porque então eu estava ali? Depois de muito pensar em uma forma de
reverter o caso e sair chacoalhando as pessoas em busca de uma prova de que
aquilo fosse só um delírio, desisti e voltei para casa, dirigi-me a minha cama,
deitei-me... A única coisa que pensava era de como seria minha vida dali pra
frente...
Acordei
pela manhã desanimado, estranhei, a sensação de lentidão havia passado. E eu
escutava um pequeno ruído vindo da cozinha. Dirigi-me até lá e vi minha mãe
sentada em uma cadeira na beira da mesa, tomando seu café da manhã. A primeira
coisa que me passou pela cabeça foi que tudo aquilo havia sido um pesadelo, mas
era real de mais! Tentei avisar várias pessoas, mas ninguém acreditava em mim. Passei
dias tentando descobrir o que realmente aconteceu, já não sabia dizer se havia
sonhado ou se foram fatos, a dúvida ainda me assola...
Foi
nesta parada que percebi: A cidade majestosa, pequena mas produtiva, cheia de
encantos, dormindo ou acordada tem sua beleza...
Aluno: Carlos
Turma: 9°ano 2
Os três primeiros colocados de cada modalidade receberam medalhas.
Parabéns a todos os envolvidos!